Ela ainda é quase aquela menina que suspirava pelos cantos esperando o principe encantado, apesar de não acreditar mais em realeza. Ela ainda é quase aquela menina dos olhos tão doces quanto tristes, apesar de não haver douçura alguma em sua tristeza. Ela ainda é uma quase sonhadora, que ainda não desistiu de sonhar, apesar de muitos dos seus sonhos terem se tornado pesadelos. Ela ainda é quase aquela menina de fáceis promessas, uma musica ao violão e um simples pingente de coração. Ela ainda é quase aquela que acreditou todas as vezes que ele disse que a amava tanto, apesar de não se lembrar tantas quantas foram as vezes. Ela sabe quando suspirar, sabe sonhar, sabe quando deve acreditar, porque quem ainda é quase uma menina já é uma mulher. Ela soube todas as vezes que ele esteve ali e soube todas as vezes em que uma desculpa o afastava. Era a centésima vez que ela olhava pra ele, e a primeira que duvidou. E quando pela primeira vez ela não soube ler seus pensamentos, soube que era a hora de partir. Ela não precisou dizer que não voltaria, ele soube assim que ela hesitou ao olhar. Ele não precisou pedir que ela ficasse, ela sempre preferiu não arriscar.
- Jenny Guimarãres -
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