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. O Melhor e o Pior de mim .


Às vezes, minha consciência me julga indecente. Também, com todos esses desejos sórdidos e meu rosto vário de quem não se importa em esconder, que consciência me daria outra sentença? Olho-me no espelho com certo espanto, como se assistisse em mim mesma um espetáculo cheio de episódios excitantes e toda essa confusão que é ser eu. Toda essa indiscrição e essa falta de segredos vetam qualquer forma de te fazer um confidente, aquele com quem eu passaria horas saboreando cada gota de palavra dita, cada som das palavras descritas, àquele a quem eu contaria minhas crises sempre muito picantes, sempre sujas. Das pequenas às grandes histórias, até mesmo as que avermelham a maçã do meu rosto me deixando com um ar pouco mais beata. É toda essa indecência que eu sou que te afasta de mim e ao mesmo tempo te atrai. É tudo isso que eu sou com minhas inconstantes insensatez que te faz querer saber quem sou de verdade. Quem sou eu que te corrôo, que aguça sua curiosidade em saber mais dessas sensações que você até entende, mas que não consegue explicar. Sei que isso me prejudica, sei que ser assim pode sim me fazer sofrer, mas pensa bem, se não fossem toda essa lama e esse passado de absurdos majestosos e toda essa minha insistente maneira de achar a minha busca por si só, nada faria sentido. Eu seria apenas mais uma que passou pela história em uma frase do livro da vida em um parágrafo curto sem clímax. É toda essa minha indecência indiscreta e inconstante que torna o que há de melhor e pior em mim, o meu quilate.
- Jenny -

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